terça-feira, 22 de novembro de 2011

Dengue Clássico:


No dengue clássico, após um período de incubação de três a quatorze dias, inicia-se um cortejo sintomático caracterizado por febre, cefaléia, dor retrorbital, náuseas, vômitos, mialgias, artralgias, e rash cutâneo. Linfadenopatia, faringite e epidemia conjuntival costumam estar presentes. Achados laboratoriais incluem leucopenia, plaquetopenia e elevação das aminotransferazes hepáticas. O quadro clínico é autolimitado (sete a dez dias), sendo a doença raramente fatal. Complicações são incomuns, mas hemorragias, hepatite fulminante, síndrome de Guillain-Barré, miocardite, glomerulonefrite e meningeoencefalite já foram descritas no dengue clássico.
Não se sabe muito sobre sua patogênese. Mas o período febril é acompanhado da viremia, e o rash maculopapular e desenvolve entre o segundo e o sexto dia; o mecanismo do aparecimento do rash não é claro, mas a infecção viral direta das células endoteliais e a deposição de imunocomplexos nos capilares cutâneos têm sido cogitadas para explicá-lo. Antígenos virais têm sido detectados em células mononucleadas da pele, macrófagos pulmonares, hepatócitos,  células de Kupffer, baço, coração, linfonodos e medula óssea. A glomerulonefrite descrita em alguns pacientes deve-se à deposição de imunocomplexos nos glomérulos renais. Estudos preliminares indicaram que os vírus do dengue não cruzavam a barreira hematoencefálica, e as manifestações neurológicas associadas à infecção eram devidas ao edema  cerebral, à falência hepática e à anóxia cerebral, recentemente, entretanto, demonstrou-se que os vírus podem ser
Isolados do liquor de pacientes com encefalopatia pelo dengue, indicando que podem causar uma verdadeira encefalite, através do envolvimento direto do sistema nervoso central.
            Os vírus do dengue podem infectar células hematopoiéticas, a medula óssea, não tendo efeito citopático sobre tais células, embora a proliferação das mesmas no espaço medular se torne bastante lenta. Outros estudos sugerem que pode haver destruição celular induzida pelo vírus da medula óssea ou inibição de células progenitoras mielóides. O diagnóstico do dengue clássico é baseado no encontro de anticorpos IgM específicos contra o vírus, através de técnicas imunoenzimáticas. A identificação do sorotipo requer isolamento viral em cultura de células de mosquito.

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