terça-feira, 22 de novembro de 2011

Aspéctos Morfológicos:


Dengue clássico: encontra-se eritema cutâneo que pode evoluir para rash máculo- papular.  Ocasionalmente, há hemorragias na pele e mucosas. Biópsias da pele revelam infiltrado de mononucleares e edema perivasculares, além de focos de hemorragia. A ainda relatos de hepatite fulminante, síndrome de Guillain-Barré, miocardite, meningoencefalite e glomerulonefrite. A autópsia de um caso de dengue clássico pelo DEN1 estudado pelos autores mostrou extensa necrose hepática centrolobular e mediozonal, necrose tubular aguda, nefrite intersticial, hemorragias internas focais, edema pulmonar e ascite.
          Dengue hemorrágico: os achados de autópsia mais frequentes são hemorragias em quais quer sedes, usualmente disseminadas e do tipo petequial. Em alguns casos, grande quantidade de sangue pode ocupar a luz do esôfago, estômago, intestinos e/ou vias aéreas. Edemas cavitários  serosos, às vezes sero-hemorrágicos, são frequentes. O retroperitônio é intensamente edemaciado. O fígado em geral esta aumentando de volume e mostra focos de necrose por coagulação centrolobular ou mediozonal, às vezes similar à da febre amarela, esteatose de hepatócitos e hiperplasia das células de Kupffer. Corpos apoptóticos e inclusão de acidófilas intranucleares são ocasionalmente vistos nos hepatócitos. Raramente, existe discreta reação inflamatória. Os rins aumentados de volume apresentam cortical pálida e medular congesta. Ao exame microscópico, podem mostrar glomerulonefrite proliferativa discreta pela deposição de imunocomplexos, proteínas e hemácias no espaço de Bowman e na luz tubular e necrose tubular aguda. Nos pulmões encontram-se hemorragias, pneumonia intersticial, áreas de atelectasia, são hemorragias que podem atingir qualquer um dos três folhetos; em pequeno número de casos, são vistas miocardite e necrose edema intersticial e alveolar e membranas hialinas. No encéfalo podem-se notar edema e hemorragias focais. No coração, as lesões mais frequentes miocárdica. O baço e os linfonodos exibem focos de necrose dos centros germinativos, intensa depleção linfóide na zona T, proliferação linfocitária na zona B e acentuada fagocitose de linfócitos e hemácias. Entre dois e quatro dias da doença a medula óssea é hipocelular, com depleção eritróide e granulocítica, tendendo depois a retornar ao normal; nesse período, os megacariócitos permanecem normais em número e forma. Do quarto dia em diante ocorre hiperplasia magacariótica na maioria dos pacientes. Necrose hemorrágica da supra-renais e necrose focal da hipófise ocorrem em alguns casos. Infecções bacterianas podem complicar as formas graves de dengue hemorrágico, quase sempre em associação com choque ou edema pulmonar.


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